No início dos anos de 1990, prossegue o processo de expansão das bibliotecas, acompanhando o fenômeno da metropolização paulistana em bairros que não possuíam espaço cultural, como o Limão, Vila Curuçá e Parque Edu Chaves.
O Projeto Cidadania Cultural, implementado entre 1989-1992, surge como proposta de Marilena Chauí, que se inspirou em Sábato Magaldi ao criar condições para que as camadas populares se auto organizassem. Nessa fase, priorizou-se a formação e reflexão cultural de bibliotecários e funcionários de bibliotecas municipais através do “Leitor Infinito”
Bibliotecas Municipais, junto com as Casas de Cultura, foram tomadas como instâncias privilegiadas de ação no sentido de colocar o direito ao fazer cultural na cena urbana.
Foi realizado um diagnóstico da situação dos prédios e dos funcionários, e posteriormente, com foco centrado nas bibliotecas, implementados cursos, seminários e palestras de aprimoramento desses funcionários para uma nova proposta política, assim como a atualização dos acervos.
Em sequência emergiram propostas como a da Biblioteca do Cidadão, ligada à ideia do direito à informação, e as voltadas para o público infantil, como a iniciação à leitura, desenvolvimento da imaginação e desejo de pesquisa.
Projetos de aproximação da biblioteca com a comunidade também ganharam ênfase, como o da Caixa Estante, Feira de Troca de Livros Escolares, Ônibus-Biblioteca, Mediadores de Leitura, Contadores de História, Gostar de Ler e outros.
O Projeto Cidadania Cultural foi considerado a ideia mais alargada de política pública para bibliotecas no Brasil. Essa proposta privilegiou a biblioteca como espaço de leitura, não excluindo outras atividades culturais, mas as abrigando como ações complementares à leitura.
A partir de 1995, as bibliotecas públicas receberam a transferência de funcionários da Secretaria de Saúde que não aderiram ao PAS – Plano de Assistência à Saúde, e cuja formação para serviços era distinta dos serviços prestados nas bibliotecas.
No Balanço de Gestão da PMSP de 2000, estão listadas as atividades realizadas pelos equipamentos dos Departamentos de Bibliotecas Públicas e de Bibliotecas Infantojuvenis no atendimento às periferias, como matrículas e aquisição de acervo, cursos (Primeiros Passos; Literatura e Criação Literária), programas (Visão Jovem; O Escritor nas Bibliotecas; Ônibus-Biblioteca; Caixa-Estante), e projetos (Estação Memória).