Durante os anos de 1980, os Departamentos de Bibliotecas acompanharam o processo de metropolização de São Paulo. Nesse período foram construídas bibliotecas em localidades que estavam em franca expansão habitacional e que não tinham acesso a equipamentos culturais públicos. Durante esse processo foram instaladas bibliotecas em São Miguel Paulista (1980), Vila Prudente, Itaquera e Campo Limpo (1981), Capela do Socorro (1987), Butantã e Sapopemba (1988).

A força motriz era o atendimento às reivindicações de representantes comunitários, ligados a associações de bairro, escolas locais, movimento de moradia e entidades regionais, que se reuniam com o objetivo de sistematizar um trabalho conjunto voltado para os interesses locais da população.

Formalizadas por meio das solicitações aos Departamentos de Bibliotecas Públicas e de Bibliotecas Infantojuvenis, as bibliotecas passaram a ocupar espaços alugados, ou espaços oferecidos em conjuntos habitacionais, como na Cohab José Bonifácio, Cohab de Itaquera e Cohab da Parada de Taipas.

O Secretário de Cultura, Mário Chamie participou da inauguração de algumas dessas bibliotecas. Com a implantação do Projeto Periferia, ele também propunha atividades culturais subsidiadas pelo poder público que fossem descentralizadas para os bairros periféricos de São Paulo. Com ancoragem nas ideias e ações de intelectuais modernistas dos anos de 1930, Mário Chamie, durante sua gestão, fez com que as bibliotecas se tornassem centros culturais com espetáculos de música, teatro, dança, cinema e palestras.

Em julho de 1980, foi inaugurado um núcleo de atividades culturais que abrigava uma casa de cultura, um teatro e duas bibliotecas: o Centro Cultural Jabaquara. Em substituição ao projeto da Biblioteca Central de São Paulo – Vergueiro, em maio de 1982 foi inaugurado o Centro Cultural São Paulo (CCSP), cuja biblioteca foi inaugurada em março de 1983.

No decorrer dos anos de 1980, foi implementado o Projeto Leitura no Parque, essa denominação futuramente foi alterada, dando origem aos serviços de extensão cultural que se tornaram conhecidos como Bosque da Leitura. Esse processo gerou também a expansão dos serviços do Ônibus-Biblioteca (Perua Kombi) e de disponibilização das caixas estantes.

A programação cultural que começara a ser enviada pelos Departamentos, na gestão Gianfrancesco Guarnieri foi inovada, dentro de um programa de leitura, por meio de planejamento de atividades suscitadas entre os próprios frequentadores, assim como com ações de integração de segmentos locais com os funcionários das bibliotecas em torno de programas que espelhavam necessidades culturais da comunidade.

É importante ressaltar ainda que foi nesta década que o processamento técnico dos acervos, que eram feitos manualmente para os fichários catalográficos, foi inovado, e em 1982 foi instalado na Prodam um sistema denominado Dobis Libis – D/L para automação do acervo da biblioteca do Centro Cultural São Paulo e da Biblioteca Mário de Andrade. Em 1989 havia 24.000 registros e a consulta ao catálogo eletrônico era restrita ao CCSP.