No final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, o desenvolvimento do trabalho na biblioteca pública foi marcado por uma crescente busca de espaços e acervos por estudantes do antigo ensino de 1º e de 2º graus. Porém, a partir da segunda metade dos anos 70, as bibliotecas instaladas em bairros iniciam o processo de participação dos seus habitantes nas atividades culturais.
Com as modificações que o ensino recebeu a partir de 1971, as consultas em bibliotecas para pesquisas escolares tornaram-se frequentes. Esse processo de escolarização, pelo qual passaram as bibliotecas públicas do município, enfatizou o atendimento à pesquisa escolar e o empréstimo de livros.
Em 1972, aconteceu uma experiência-piloto que levou alunos da rede municipal à biblioteca Infantojuvenil Anne Frank. Essa experiência resultou na instituição do Programa Escola-Biblioteca – PEB pelo decreto nº 10.541 de 1973. Entre os objetivos do PEB estava a integração das atividades da biblioteca à vida escolar, como um recurso para o desenvolvimento do currículo, prática que posteriormente deu origem às Salas de Leitura nas Escolas Públicas Municipais.
Em 1975, o Secretário Sábato Magaldi realizou mudanças estruturais com o desmembramento da Secretaria Municipal de Educação e Cultura, e a Divisão de Bibliotecas, agora pertencente à recém criada Secretaria Municipal de Cultura, se dividiu em dois Departamentos: um dirigido a usuários infantojuvenis e o outro a adultos.
Em 1978 a Supervisão de Bibliotecas Ramais do Departamento de Bibliotecas Públicas, destinada ao público adulto, lançou a proposta da integração “Biblioteca–Povo” que culminou na criação das Sociedades Amigos de Bibliotecas. A partir deste ano, as bibliotecas de bairro ligadas a essa supervisão introduziram uma política cultural inovadora com o intuito de atingir não só o público estudantil, mas toda a comunidade.
Eventos direcionados às diversas parcelas da população passaram a ser desenvolvidos. Esse fato abriu espaço à produção cultural de diferentes grupos, multiplicando o número de usuários. Assim, as bibliotecas surgem como suportes da informação verbal e não verbal, tornando-se comum a promoção de atividades como cursos de produção literária, arte e artesanato, palestras, debates, concursos, exposições de arte, competições entre outras. Essa dinâmica biblioteca-comunidade produziu a convergência entre os interesses culturais da população e resultou numa maior integração das bibliotecas públicas nas atividades da comunidade.
Essa reciprocidade fez a comunidade demandar mais o espaço físico da biblioteca para sediar suas programações, produzindo elos de ligação e diálogo com diferentes parcelas e lideranças da comunidade dentro do comércio, indústria, autoridades políticas, grupos religiosos e esportivos, diversas entidades culturais, clubes de serviço e outros. Todo esse processo resultou em mudanças profundas das bibliotecas de bairro, constituindo-as em polos culturais das regiões em que se localizavam, passando a ter uma atuação dinâmica.
Outro fato que marca os anos de 1970 é o retorno do serviço inaugurado por Mário de Andrade em 1936 e encerrado por Prestes Maia em 1942, que foi o de levar a leitura às periferias por meio de automóveis, e que em 1979 passou a se denominar Ônibus-Biblioteca.