Os decretos dos anos 1950 estabeleciam inicialmente que a denominação das bibliotecas estaria associada exclusivamente ao nome do bairro em que se localizava, algumas poucas, no entanto, já eram bibliotecas dedicadas a patronos, como Hans Christian Andersen e Monteiro Lobato. A partir dos anos de 1960 a prática estendeu-se à adoção de nomes de bibliotecários, intelectuais, políticos, secretários de cultura, como forma de preservar, no campo da memória coletiva, o nome de personalidades ligadas ao campo da cultura.
Com esse espírito, em 1960, a Biblioteca Pública Municipal, unidade central, passa a denominar-se Biblioteca Mário de Andrade. À época, o diretor Francisco José Azevedo chefiava a Seção Circulante da BMA, função que também se estendia às demais bibliotecas circulantes.
A Biblioteca Mário de Andrade era a responsável pelas bibliotecas circulantes dos bairros. Essas unidades preservaram as características da Seção Circulante (criada pelo Decreto Lei nº 360, de 13 de setembro de 1946), tendo por finalidade manter organizada e atualizada uma coleção generalista de livros para empréstimo à domicílio. Esses empréstimos eram feitos mediante cartão de registro.
Entre 1961 e 1965, segunda gestão de Prestes Maia, as redes de bibliotecas circulantes e infantis se ampliaram, sendo inauguradas bibliotecas nos bairros da Mooca, Pirituba, Santo Amaro, Freguesia do Ó e Ipiranga. Entre os anos de 1966 e 1968, as unidades alcançaram os bairros do Canindé, Cruz das Almas, Perus, Vila Formosa e Jardim da Saúde. Essas bibliotecas fizeram parte do conjunto de obras voltadas à educação.
O plano de construção da Biblioteca de Santo Amaro compunha um projeto que, além de ser o da instalação de instrumentos de educação e lazer em bairros, teve como fim descentralizar a pesquisa e a utilização da biblioteca Mário de Andrade, localizada na região central da cidade.
Com a capacidade de armazenamento de obras esgotada pela Biblioteca Mário de Andrade, os volumes excedentes foram deslocados para prédios das bibliotecas ramais da Lapa e de Santo Amaro, descentralizando a coleção.
Em 1968 as bibliotecas ramais são desligadas da Seção Circulante da Biblioteca Mário de Andrade e se subordinam à chefia da Divisão de Bibliotecas, passando a possibilitar também a leitura e estudo no local com coleção fixa.