Após a instalação da primeira sucursal de bairro anos antes (a Biblioteca Infantil do Itaim), a Câmara Municipal de São Paulo promulgou em março de 1950 a lei para a instalação de mais sucursais em Santana, Brás, Lapa, Butantã, Pinheiros, Ipiranga, Penha, Tatuapé, Vila Maria, Casa Verde, Vila Mariana, São Miguel Paulista, Itaquera e Santo Amaro. Para essas bibliotecas foram aplicadas todas as disposições de organização e funcionamento das bibliotecas infantis já existentes à época.
Outro fato ligado à concepção educativa, ocorrido de 1949 a 1952, foi a construção de setenta equipamentos sociais, entre os quais bibliotecas, dentro de conceitos baseados nos pensamentos do pedagogo Anísio Teixeira. O eixo filosófico pedagógico deste educador teve influência direta sobre as obras de Hellio Duarte, arquiteto ligado à Comissão do Convênio Escolar.
Em 1951, o serviço de bibliotecas públicas municipais foi dividido em duas unidades administrativas: a Divisão de Bibliotecas Infanto-Juvenis e de Cinema Educativo e a de Expansão de Bibliotecas Públicas para adultos.
Dona Lenyra Fraccaroli, primeira diretora da Divisão de Bibliotecas Infanto-Juvenis, amparou-se na legislação que estabelecia o horário de trabalho de educadores de parques infantis e estabeleceu cinco horas de trabalho para cada uma das equipes sob sua direção; as unidades funcionavam das 8h às 18h. Essa Divisão contava com o serviço de bibliotecários, atendentes de biblioteca, escriturários e educadores.
Nas sucursais, instaladas em bairros operários, os serviços atendiam funções qualificadas como de “bibliotecárias-educadoras”. Para atender crianças e jovens, o trabalho pedagógico era desenvolvido com a finalidade de orientar pesquisas e estudos. Sob o enfoque educacional, havia ainda o trabalho de professores que complementavam as atividades do bibliotecário na formação do menor, na orientação da leitura e das atividades recreativas. Durante anos, as bibliotecas infantis funcionaram com educadoras.
Para o atendimento do público adulto a proposta era diferente. De 1952 a 1968, o serviço das bibliotecas circulantes de bairro, futura Supervisão de Bibliotecas Ramais, era subordinado à Seção Circulante Central da Biblioteca Pública Municipal. As Bibliotecas Públicas de Bairro foram criadas com a finalidade de descentralizar os serviços e atender usuários da população periférica da cidade.
A primeira unidade foi inaugurada em 1952, sob a proposta da Comissão do Convênio Escolar. À época, a prefeitura interessada na locação de imóveis destinados à instalação de bibliotecas circulantes, abriu concorrência pública nos bairros da Mooca (outubro de 1952), Ipiranga e Lapa (outubro de 1953), São Miguel Paulista (fevereiro de 1954) e Casa Verde (abril de 1954).
Até o fim da gestão de Sérgio Milliet, em 1959, foram inauguradas em bairros populosos cinco bibliotecas ramais: alguma em prédios próprios, outras em alugados.